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sexta-feira, 23 de julho de 2010

PSICOLOGIA GERAL DO DESENVOLVIMENTO hUMANO E DO ESPORTE II

Psicologia Geral, do Desenvolvimento Humano e do Esporte II

Profª Flaviane Cristine Troglio da Silva

A Psicologia do Esporte é uma disciplina que investiga as causas e os efeitos das ocorrências psíquicas que apresenta o ser humano antes, durante e após o exercício ou o esporte, sejam estes de cunho educativo, recreativo, competitivo ou reabilitador.

O Modelo Cognitivo de A. Beck e sua Aplicação no Campo da Psicologia Esportiva

Se dedicarmos um tempo para analisar o desenrolar do esporte competitivo durante as últimas décadas, poderemos notar uma grande mudança em seu panorama.

Atualmente vemos nos atletas um nível técnico mais aprimorado e uma preparação física que supera a que gerações anteriores possuíam.

Somam-se aos aspectos desencadeadores dessas mudanças a evolução da medicina, a implementação e evolução da fisioterapia, dos aparelhos fisioterápicos, e a inserção da fisiologia e da psicologia no contexto esportivo.

Essa revolução vem fazendo com que as competições assumam um caráter cada vez mais dinâmico e equilibrado.

A prática da psicologia esportiva nos dias atuais conta com diversos psicólogos trabalhando com uma grande variedade de teorias.

a teoria psicanalítica de Freud, a teoria Reichiana, a teoria analítica de Jung, Eric Fromm e Henry A. Murray, entre outros mais.

Modelo cognitivo-comportamental

Raizes no behaviorismo;

Aaron Beck (anos 60) em decorrência de estudos e da insatisfação pessoal de Beck com as formulações psicodinâmicas a respeito da depressão

A partir da observação de pacientes deprimidos, Beck notou que o conteúdo dos pensamentos e dos sonhos de tais pacientes assumiam o mesmo conteúdo negativista.

A eficácia da terapia cognitiva foi comprovada em diversos experimentos e estudos realizados no tratamento do transtorno do pânico, transtorno depressivo maior, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno alimentares e fobia social, entre outros.

A base do modelo cognitivo é a idéia de que os pensamentos do indivíduo irão influenciar diretamente na maneira dele se comportar e sentir.

Portanto uma distorção na forma de perceber uma situação poderia influenciar o humor e o comportamento do sujeito a ponto de deixá-los disfuncionais (Beck, 1997).

Beck (1997) nos fala de três níveis de pensamento: os pensamentos automáticos, as crenças intermediárias, e as crenças centrais

Pensamentos automáticos

Os pensamentos automáticos seriam o nível mais superficial do pensamento, e se caracterizam por serem rápidos, repentinos, involuntários, e de fácil identificação.

Existem dois tipos de pensamentos automáticos: os pensamentos em forma de palavras não faladas (p. ex., "como eu errei a primeira jogada, eu não estou em um bom dia, por isso vou errar as próximas"); e os pensamentos em forma de imagens (p. ex., visualizar futuros passes errados em uma partida de futebol).

As distorções nos pensamentos automáticos são denominadas de erros cognitivos. Sete tipos de erros cognitivos

1- A inferência arbitrária: consiste em conclusões que o indivíduo tira, sem possuir evidências suficientes (p. ex., "ele deve estar achando que eu não estou jogando bem");

2- abstração seletiva, onde a pessoa conseguiria apenas ver os aspectos negativos de uma situação (p. ex., "droga, sofremos um gol em apenas um minuto de jogo");

3- Supergeneralização: quando o atleta tira uma conclusão negativa radical que ultrapassa a realidade da situação, (p. ex., "não tenho condições de ganhar de ninguém nesse torneio");

4- Desqualificação do positivo: o sujeito diz a si mesmo que as experiências positivas são irrelevantes (p. ex., "fiz uma boa campanha no campeonato estadual, mas isso não significa que sou um bom atleta, apenas tive sorte");

5- Personalização, vemos o indivíduo associar eventos externos a si, mesmo não existindo relação alguma (p. ex., "o técnico não me escalou porque não o cumprimentei no treino da semana passada");

6- Catastrofização é uma distorção na qual o sujeito prevê um futuro negativo, sem considerar resultados mais prováveis (p. ex., "vamos perder de goleada");

7- Leitura mental, a pessoa acha que sabe o que os outros estão pensando (p. ex., "o técnico está achando que eu deveria jogar mais recuado").

Crenças intermediárias

As crenças intermediárias, as quais não são de tão fácil identificação e modificação quanto os pensamentos automáticos, porém possuem ainda uma certa maleabilidade.

São constituídas por regras e suposições, ou seja, as idéias do indivíduo podem assumir formato de regra (p. ex., "para conseguir o que quero tenho que trabalhar o mais arduamente possível e dar o melhor de mim"), ou de suposição (p. ex., "se eu ficar muito tempo com a bola, então as pessoas vão ver que eu não sou um bom jogador").

as crenças intermediárias seriam uma forma que o indivíduo encontra para reduzir o sofrimento causado pelas crenças centrais.

Crenças centrais

A partir da necessidade de atribuir um sentido ao ambiente que o cerca, o indivíduo vai desde o início de sua vida construindo suas crenças centrais.

Portanto os pais que desmerecem as atitudes dos filhos, ou os criticam constantemente, podem ajudar seus filhos a elaborarem crenças centrais do tipo: "não sou bom o suficiente", "não consigo fazer nada certo", "eu sou inadequado", "não tenho valor", "eu sou um fracasso", entre outras.

As crenças centrais são entendimentos fundamentais, rígidos e resistentes, os quais os sujeitos consideram como verdades absolutas. Elas constituem o nível mais profundo da cognição humana

Poderíamos ter um atleta com a seguinte crença central: "sou inadequado", o que resultaria nas seguintes suposições: "se me mostrar seguro, me sairei bem"; "se eu errar, me mostrar inseguro ou com ansiedade, todos vão ver que eu não presto". Tais crenças intermediárias podem levar o sujeito a apresentar comportamentos de esquiva, de fuga, ou até fazer com que ele se culpe demais e experimente muita tristeza por ter errado.

A situação em si não é determinante na origem do problema, mas sim as interpretações que o indivíduo tira dos acontecimentos

Intervenção junto à:

* atletas;

*à comissão técnica,

* E também estudar e compreender certos fenômenos do meio esportivo, como por exemplo, a relação entre o público espectador e os atletas.

No modelo cognitivo aplicado ao esporte, o trabalho psicológico não irá perpassar por todas as etapas (crenças centrais, intermediárias e pensamentos automáticos).

O trabalho vai focar principalmente os pensamentos automáticos disfuncionais, e os comportamentos e emoções deles derivados.

O cunho educativo é uma característica presente tanto no trabalho psicológico com o esporte como na clínica.

Fazer com que o atleta aprenda a idéia central do modelo cognitivo, ou seja, ensiná-lo que seus pensamentos irão influenciar suas emoções e o seu desempenho dentro do campo, poderá ajudar o atleta a manejar suas emoções, o que conseqüentemente desencadeará uma importante vantagem em cima de seu adversário.

"Aquel deportista que maneja conscientemente las emociones que identifican el estado ideal de rendimento, especialmente en las situaciones de máxima dificuldad, cobra una enorme ventaja sobre sus rivales y dispone de llave para rendir de forma óptima" (Carrascoso, 2002

Deve-se procurar informações acerca dos problemas atuais da pessoa em diferentes esferas, ou seja, na família, nas amizades, na escola e no próprio meio esportivo (com a comissão técnica e com a equipe que trabalha); a condição financeira , a saúde, e a moradia também são fatores que devem ser investigados.

A partir daí, deve-se tentar descobrir como os problemas pessoais estão se refletindo no comportamento do atleta, dentro e fora do ambiente esportivo, e que pensamentos e crenças disfuncionais estão fazendo com que o atleta apresente tais comportamentos disfuncionais.

Além dos indícios verbais, deve-se estar atento aos indícios não-verbais, como por exemplo uma mudança repentina no comportamento, pois tais indícios podem denunciar uma alteração na emoção do atleta.

Técnicas

Técnica da respiração;

Técnica de relaxamento Progressivo de Jacobson.

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